O bebê só precisa de uma rede....
Percebi que não preciso de muita coisa nessa primeira fase do meu filho além de uma rede. Uma rede me proporciona tranquilidade dando um balanço pro Noah, sem forçar nada e ao mesmo tempo eu posso ficar relaxada.
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O bebê só precisa de uma rede....
Percebi que não preciso de muita coisa nessa primeira fase do meu filho além de uma rede. Uma rede me proporciona tranquilidade dando um balanço pro Noah, sem forçar nada e ao mesmo tempo eu posso ficar relaxada.
Em 2011, eu, meu marido e meus dois filhos, na epoca com 2 e 4 anos, realizamos um grande sonho: viver 6 meses viajando pela Australia e Nova Zelandia. Desses 6 meses, 4 foram vividos viajando pela Australia num Motorhome e com certeza foi a experiencia mais fantastica que ja tivemos na nossa vida.
Viajar num motorhome com a familia toda requer certas regras basicas, entre muitos planejamentos temos que organisar a comida que vamos levar, economia de agua para banho etc, roteiro planejado para recarga de bateria e tb pouca mala.
Tinhamos somente 2 malas e cada filho podia levar tb uma pequena mochila com os brinquedos que iriam usar para a viagem todo, o que criou uma experiencia unica com meus filhos, pois as brincadeiras surgiam do nada, de um balde e terra, de folhas secas no chao, de panelas da nossa mini cozinha, do mapa do camping etc, etc, criando com isso uma imaginacao enorme e belissima.
Devagar fomos percebendo que o mais interessante da viagem eramos nos 4 juntos passando por essa experiencia, nao importa para onde voce va, a vivencia em familia foi a experiencia mais fantastica.
A simplicidade da vida morando num motorhome nos mostra como vivemos complicadamente na cidade, cheios de atividades desnecessarias, cheio de brinquedos desnecessarios, brecando o mundo incrivelmente criativos das criancas.
Ate hoje, meus filhos criam brincadeiras do nada e se interessam por coisas muito simples e essa experiencia eles aprenderam nessa viagem.
Agora, a familia cresceu e ja estamos planejando a proxima aventura, dessa vez pela America do Sul e agora com mais um pequeno irmao.
A Sophia, 9 anos, está com muito ciúme do Iso, irmão dela de 6 anos, andou chorando bastante. Apesar de ter falado muito com ela, ela não conseguia acalmar o coração dela.
Ontem de noite, eu fiz para ela uma carta, onde falei de muitas de suas qualidades e e que ela não tenha ciúme do irmão, pois o tamanho do meu amor é suficiente para caber os dois da mesma forma e que ela é muito amada.
Ela leu embaixo do cobertor, para não incomodar o irmão que estava pegando no sono.
Enquanto isso fui para meu quarto, 5 minutos depois, ela entra com um sorriso enorme, me dá um abraço apertado e me agradece. Pediu fita adesiva e colou a minha carta na parede ao lado da cama dela. E foi dormir tranquila.
Ou melhor dizer, dormimos as duas, sem duvida, mais felizes.
Como mãe sempre me preocupei em como seria e se estaria devidamente preparada para “as grandes questões” que eventualmente, um dia, poderiam ser colocada pelos meus filhos.
Quando a Gabriela ainda era bebe, uma amiga me contou que o filho dela de 4 anos, tinha perguntado à ela se ela “iria morrer” e que ela, além de ficar assustada e surpresa com a perguntar, ao pesquisar “ o por quê” da mesma se deu conta que o “culpado” era o Nemo, dado que no filme, logo antes do logo entrar a mãe do Nemo morre...
Essa conversa me marcou tanto que a Gabi, passou uns 3 anos assistindo ao Nemo “a partir do logo” sem entender porque ele só tinha pai e o motivo do pai ser tão preocupado e estressado com o pobrezinho...
Nesse meio tempo, a vida nos deu o grande presente que foi o Tomás, veio sem ser planejado, no susto, na surpresa, completamente inesperado, revolucionou e segue revolucionando completamente a nossa vida e a da irmã dele.
A irmã cresceu, virou o “oráculo” dele, a grande detentora de todas as respostas... Eu fui fazer analise para aprender a lidar com tanta sabedoria e prepotência numa menina de 6 anos... Descobri que o único problema dela é ser muito parecida comigo, e to aqui, agora, tentando me reinventar para que a vida seja mais fácil e leve pra ela,e para mim tb!!!
Enquanto isso, o “seu Tomás”, depois de ter enlouquecido, ensurdecido e levado à exaustão todos nós no sábado, em pleno dia das crianças, no andar debaixo do beliche de um apartamento alugado na praia, na hora que os quatro, (pai e mãe no andar de cima, ele e Gabi no andar de baixo), já estavam devidamente silenciados e tentando dormir, inicia o seguinte diálogo:
Tomás: Mãe?!
Eu: ... que foi, Tomás?!
Tomás: eu não quero morrer!
Eu: tudo bem Tomás, não se preocupa com isso agora, pq ainda vai demorar muito para o seu dia chegar!
Tomás: mas eu não quero morrer nunc!
Pai: Todo mundo morre Tomás! Pq vc ta preocupado com isso agora?!
Tomás: porque eu não gosto de ficar sem fazer nada!
Pai: mas quando a gente morre a gente não fica sem fazer nada a gente deixa de existir...
Gabriela (que a gente achava que já tava dormindo!): É assim Tomás, como uma árvore que pegou fogo, se sobrar um pedaço de tronco, ele é só um tronco, a árvore já não tá mais lá, já deixou de existir...
E assim a nossa vida segue, com o Tomás permitindo a entrada das grandes questões de uma forma completamente estapafúrdia; com a Gabriela, dando respostas que a gente até hoje segue não preparados para dar, e de um jeito muito melhor do que a gente daria se tivesse conseguido elaborar uma boa resposta. E, finalmente, com a gente, descobrindo que ainda dá para crescer e aprender muito, mesmo com quase quarenta, e que não tem nada mais lindo do que aprender e ver a vida através dos olhos dos nossos filhos..
Gostaria de contar uma coisa simples e muito eficiente que descobri para conseguir dar banho na Sofia, quando ela chega muito cansada (e suja) da escola. Enquanto passamos o xampú e o sabonete, vou contando para ela situações que eu vivi na minha infância e me marcaram. Também falo sobre meus antigos amigos e meus brinquedos. Ela adora, presta a maior atenção e quer saber mais detalhes sobre tudo. Sinto que esta troca de experiências nos une e transforma a irritação dela em um momento gostoso do dia.
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